Ano 03 (2016) - Número 04 Artigos
Pâmela Anne Bahia Vieira da Silva – LACORE/PPGAU/ITEC/UFPA
Thais A. Bastos Caminha Sanjad – LACORE/PPGAU/ITEC/UFPA
Como parte de uma dissertação de mestrado desenvolvida no PPGAU/UFPA, em outubro de 2014, foi realizado no Cemitério da Soledade um teste de limpeza química com emplastro de bentonita [BENT. + EDTA + NaHCO3 + CH3COOH (5ml)], cuja formulação foi adaptada da técnica italiana pelo Prof. Mário Mendonça de Oliveira, em túmulo de Lioz (constituído principalmente por calcita), que se encontrava com película de sujidades, representadas por material inorgânico (aerossóis depositados) e orgânico (colonização biológica), além de áreas com carbonização, por conta do acendimento de velas sobre os túmulos.
A limpeza com emplasto consiste na aplicação do produto nas áreas com sujidades por sete dias seguidos, no mínimo, e o deixar protegido de modo a não permiire a secagem do mesmo. O emplasto age na remoção das sujidades mais aderidas por meio de reação química sem causar alterações na rocha, ou seja, consumindo apenas as sujidades. Os produtos das reações são então removidos apenas com lavagem com água e sabão neutr.. Ao final do processo, restaram poucas evidências das camadas de carbonização e sujidades.
Quanto às camadas biológicas, porém, ainda que a alteração de cor causada pelos pigmentos biogênicos tenha sido amenizada, para um resultado mais satisfatório optou-se por lavar a área de teste com água e biocida à base de hipoclorito de sódio (NaClO), na proporção 1:1.
O túmulo que limpo foi acompanhado nos dois anos seguintes, tendo sido mantida grande parte do bom resultado final obtido desde a limpeza e sem nenhuma outra intervenção nesse intervalo de tempo. Dois anos depois observou-se ligeiro amarelamento nas bordas. Essa técnica que requer profissionais especializados e demanda tempo de ação, porém a baixo custo, serve de subsídio para futuras ações conservativas no cemitério da Soledade, sendo uma opção acessível e eficiente.