Ano 04 (2017) - Número 04 Artigos
10.31419/ISSN.2594-942X.
Silane A. F. da Silva Caminha, Universidade Federal de Mato Grosso.
O Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal de Mato Grosso existe há mais de 30 anos e possui uma excelente coleção de invertebrados, formada principalmente por braquiópodes devonianos coletados na Formação Ponta Grossa e de vertebrados, oriundos majoritariamente da Formação Irati. A Coleção didática e de pesquisa tem 800 exemplares que são usados frequentemente durante as aulas práticas da Disciplina Paleontologia. A coleção é ampliada anualmente por coletas de macrofósseis realizadas em aulas de campo. Em 2010, o Laboratório de Paleontologia foi ampliado com a incorporação do laboratório de Palinologia, nascendo assim, o PALMA. O PALMA veio para atender a necessidade em expandir a atuação da região Centro Oeste em estudos bioestratigráficos em bacias sedimentares.
O PALMA possui dois eixos principais de atuação, sendo um eixo em estudos de microfósseis orgânicos e outro de material recente.
A linha de pesquisa fóssil busca descrever e comparar a morfologia de grãos de pólen e esporos a fim de encontrar similaridades com grãos com potencial uso em bioestratigrafia. Atualmente, rochas mesozoicas da Bacia do Parecis, e as cenozoicas das Bacias do Solimões e Acre estão sendo estudadas com o objetivo de estabelecer ou refinar as idades das seções. Já o estudo realizado na Bacia Cenozoica do Pantanal tem cunho paleoambiental.
O outro eixo de pesquisa visa analisar grãos de espécies depositadas em herbário de referência do País a fim de reconhecer formas e estruturas e compará-las com as morfologias de espécies fósseis. Essa comparação permite estabelecer as preferências ecológicas de plantas recentes e extrapolá-las para o registro fóssil.
O Laboratório tem 60 m2 de área, sendo 45 m2 usados para a coleção de macrofósseis e microscópios e 15 m2 para a sala de preparação para microfósseis (Figura 1). A infraestrutura do laboratório permite a preparação de, pelo menos, 75 amostras de anteras e 40 amostras de sedimentos por semana. Um novo laboratório será montado para atender a demanda de preparação de rochas carbonáticas e siliciclásticas que exigem o uso de ácidos mais fortes. Com o novo laboratório, a capacidade de preparação será de 50 amostras por semana.
A capacidade de análise por amostra pode variar de um a três dias, dependendo da riqueza de formas do material.
Em 7 anos de atuação, nove trabalhos monográficos e três dissertações de mestrado (duas sobre a Bacia do Pantanal e uma sobre o Neógeno da Bacia do Solimões) já foram produzidos por alunos do Curso de Graduação em Geologia e Pós-graduação em Geociências. Atualmente, quatro alunos de iniciação científica, uma aluna de mestrado e dois de pós-doutores compõem a equipe do laboratório trabalhando em áreas de morfologia polínica, bioestratigrafia e paleoecologia.
Atualmente, a Palinoteca de grãos recentes possui quase 1000 espécies típicas da Amazônia e Cerrado.