05 – Encontros na Praça Batista Campos durante a Exposição Minérios da Amazônia

Ano 04 (2017) - Número 04 Causos

Patrícia Silva Pinheiro.

Ex-técnica do Museu de Geociências da UFPA.

 

A exposição “Minérios da Amazônia” aconteceu num domingo, dia 17 de maio de 2015, na Praça Batista Campos. Na noite anterior havia chovido muito e eu estava na expectativa de que domingo fosse um dia ensolarado. Foi o que aconteceu, o sol veio e deixou a manhã alegre e quente na praça.

Antes de chegarmos à praça, tivemos a notícia de que havia pessoas ocupando o espaço que seria reservado à exposição. Saímos da UFPA meio apreensivos por causa desta situação.

Foi engraçado quando cheguei e vi aquelas pessoas pulado e gritando enquanto os integrantes do grupo do Museu começavam a desembarcar as coisas para a exposição.

Tudo estava indo bem, pessoas fazendo sua caminhada, algumas passando e parando para perguntar, até que em certo momento quando eu estava próximo à mesa de guloseimas que a doutoranda Darilena havia preparado, isto no coreto principal da praça, apareceu um homem que vendia bombons em uma caixa, me abordou: “Moça, me dê um pouco de café, ainda não tomei nada hoje!” E ao meu lado estava o Clóvis que rapidamente disse: “Patrícia serve logo para ele ir embora!”. E eu o servi só que ele viu o leite e me pediu também, viu o bolo e queria também, deu uma provada no café e reclamou que estava sem açúcar. Coloquei açúcar e ele não quis só uma colher, mas três colheres de açúcar, depois foi embora.

Quando desci do coreto, estava distraída e senti um mau cheiro próximo de mim e surge uma mulher toda descabelada e suja. Ela me olhou e disse: “Moça de me dá um pouco de café?” Antes que eu falasse alguma coisa, a doutoranda Rose Norat respondeu para ela: “Aqui não tem café!” e ela se afastou, mas ficou pela redondeza vendo se conseguia alguma coisa. Outro fato interessante aconteceu quando estava andando com o livro para assinaturas. Cheguei junto ao painel que abordava a temática sobre o celular e a tabela periódica e pedi ao moço que estava conversando com o mestrando Leonardo se ele poderia assinar. Ele disse com um sotaque meio estrangeiro: “E se eu não ‘saber’ assinar, coloca o dedo né?”.

E para finalizar, convoquei minha família para participar da exposição e todos que ali estavam passaram pelos painéis da exposição, casa mineral, doação de livros, identificação de minerais e cenários geológicos, além das crianças que fizeram esculturas com argilas. Em certo momento, a professora Rosemery me disse que havia uma “grande família” participando e que seus componentes ainda não tinham assinado o livro, e eu disse a professora: “É a minha família!” e todos já assinaram.