BOMGEAM 2018 número 3

Ano 05 (2018) - Número 03 Editorial

 

O BOMGEAM com o lançamento do seu número 3 da edição 5 (2018) se orgulha em manter a sua periodicidade e rico em artigos que abordam temas relevantes nacionais e já do exterior. Mesmo vivendo as atribulações políticas que atormentaram o País neste ano, sobrevivemos e temos muita esperança de sucessos nos próximos anos. A indústria mineral aguarda por novos ares, em especial aqueles relativos a segurança jurídica e liberdade para desenvolver e produzir. O seu sucesso poderá induzir ou receber contribuições valiosas dos setores científico-acadêmicos, das instituições públicas e privadas, em uma simbiose, certamente, de grande impacto positivo para todos setores, e por conseguinte para o desenvolvimento do País, que precisa urgentemente de novos empreendimentos em ambiente seguro e harmonioso. Todos só têm a ganhar.

O presente número foi primordialmente dedicado aos “produtos” de pesquisa do Grupo de Pesquisa “Análise de Bacias Sedimentares da Amazônia” (GSED) sob a liderança do prof. Dr. Afonso Nogueira, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará, e pesquisador do CNPq.  É uma rica produção, que reflete o seu engajamento em formação de recursos humanos da graduação ao doutorado, incluindo pós-doutorados. Os trabalhos aqui publicados mostram quão importantes e atuais são os estudos sobre as bacias sedimentares fanerozoicas Parnaíba e do Amazonas, sob os mais diversos pontos de vista, como evolução geológica, mudanças ambientais e recursos minerais. Leia um pouco da história e sobre as atividades do GSED apresentadas a seguir pelo prof. Afonso.

Além daquelas contribuições o número contempla estudos sobre mineralogia de carapaças, os fosfatos verdes de ferro em crostas lateríticas e relata a fantástica experiência recentemente vivida por discentes e docentes da FAGEO e do PPGG do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Pará em excursão geológica pelo nordeste do Pará e àquela em cooperação técnico-científica UFPA-UFMA-UFT-Universidade de Göttingen.

Boa leitura e Feliz Ano Novo a todos leitores e contribuintes do BOMGEAM.

 

Marcondes Lima da Costa

Editor-Chefe do BOMGEAM

 

 

O GRUPO DE PESQUISA GSED

O Grupo de Sedimentologia foi criado em 1995, pelos professores Werner Truckenbrodt, Dilce de Fátima Rossetti e Ana Maria Góes, associado ao Grupo de Geologia Histórica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). A análise de fácies e de sistemas deposicionais é a técnica principal do Grupo amplamente influenciada pelos ensinamentos do Geólogo Rodi Ávila Medeiros (PETROBRAS). No ano de 2005 o grupo desvencilhou-se do MPEG passando a se chamar Grupo de Sedimentologia (GSED) no âmbito da UFPA. No mesmo ano, Dilce Rossetti se transferiu para o INPE, e no ano seguinte (2006), Ana Maria Góes foi aposentada e assumiu vaga de professor visitante na USP. Em 2007 com a transferência do Prof. Afonso Nogueira da UFAM para a UFPA, o GSED tomou novo fôlego, com a criação em 2008 do Grupo de Pesquisa “Análise de Bacias Sedimentares da Amazônia” mantendo a sigla GSED, e agregando em 2012 os professores Joelson Soares e José Bandeira. Atualmente o Grupo conta com 76 membros, sendo 28 docentes/pesquisadores, 2 pesquisadores de pós-doc, 31 alunos de Pós-Graduação e 15 alunos de graduação. As principais linhas são “Evolução sedimentar e proveniência de depósitos siliciclásticos”, “Paleoambiente e paleogeografia de plataformas carbonáticas”, “Sistemas petrolíferos de bacias sedimentares Paleozoicas” e “Tectônica e vulcanismo associados a bacias sedimentares”. Os estudos do grupo objetivam a caracterização do arcabouço tectônico e a reconstituição paleoambiental e paleogeográfica das bacias sedimentares pré-cambrianas e fanerozoicas da Amazônia. Uma amostragem dos estudos desenvolvidos pelo GSED apresentada neste volume do BOMGEAM inclui pesquisas impactantes tais como: o reconhecimento inequívoco do limite Criogeniano-Ediacarano na região central do Brasil; a ocorrência de hidrocarbonetos do Precambriano no Brasil e do Cretáceo-Paleógeno da Colômbia; reconstituição paleogeográfica de mares epíricos conectados a um sistema fluvial transcontinental no Gondwana Oeste durante o Carbonífero; proposição inédita de um evento de silicificação “continental” para o Permiano; detecção pela primeira vez em subsuperfície de rochas basálticas atribuídas ao CAMP do Jurássico; reconstituição do sistema lacustre pós-CAMP com fósseis de peixes com incrível preservação; e identificação de foraminíferos planctônicos relacionados ao maior evento transgressivo que afetou o costa nordeste da Amazônia durante o Eomioceno.

 

Prof. Dr. Afonso Nogueira

Líder do GSED, Editor Convidado