BOMGEAM 2017 número 2

Ano 04 (2017) - Número 02 Editorial

Capa: Estudantes do Centro Educacional Minha Infância em visita ao Museu de Geociências durante a programação da 15ª Semana Nacional de Museus (imagem: Pabllo Santos).

 

 

10.31419/ISSN.2594-942X.v42017i2

 

Belém, 29 de junho de 2017

Apresentamos o número 2 (2017) de nosso boletim BOMGEAM. Este, como os anteriores, está rico em conteúdo, e principalmente porque sucede a realização bem sucedida da 15ª. Semana Nacional de Museus, oportunidade em que participamos com intensa atividade através do nosso Museu de Geociências, no período de 15 a 22.05.2017. Ao mesmo tempo recebemos a participação de pesquisadores do Museu Emílio Goeldi, enfatizando o rico ecossistema costeiro do Estado do Pará, representado pelos manguezais. Abaixo reproduzimos a apresentação feita pelo Dr. José Francisco Berredo, que capitaneou os trabalhos sobre este tema. Manifestação do Dr. José Francisco Berredo:

“Manguezais: ontem, hoje…..e o futuro? Os manguezais são ecossistemas ecótonos, de florestas tropicais, que guardam estreitas relações com a dinâmica do sistema Terra-Oceano-Atmosfera. Os manguezais são importantes para a reconstrução paleogeográfica e paleoclimática porque os seus registros são encontrados desde o Paleoceno. Por isso, são considerados ótimos indicadores de mudanças costeiras ou flutuações do nível do mar. Também se trata de um meio de alta produtividade primária (2000 Kcal /ton. /ano), com grande relevância para a cadeia trófica.

São fatores determinantes para a distribuição mundial dos manguezais, o clima, os mecanismos de dispersão das plantas, a capacidade de preservação/sobrevivência das espécies e o meio de dispersão por correntes marinhas e marés. O desenvolvimento e a composição das comunidades de manguezais dependem da temperatura, tipos de sedimentos, salinidade, duração e frequência de inundação, marés e ondas, além de outros fatores não periódicos.

Aproximadamente 150.000 km2 de comunidades de manguezais ocorrem ao redor do mundo, constituindo um número reduzido de espécies para uma floresta tropical, dominadas genericamente por Avicennia e Rhizophora. No Brasil, os manguezais distribuem-se desde Santa Catarina (Laguna) até o Amapá (Oiapoque) sendo notável a exuberância e o estado de preservação dos manguezais do Pará, Amapá e Maranhão que, juntos, formam o maior conjunto de manguezais do planeta, e as costas mais produtivas.

Dada a relevância do tema para o conhecimento do funcionamento dos ecossistemas costeiros do Pará, o número 2/2017 (junho) do BOMGEAM reuniu alguns trabalhos que põem em evidência resultados científicos importantes sobre o conhecimento dos manguezais, tanto do ponto de vista geológico, como, também, abrangendo aspectos da biogeoquímica desses ambientes”.

Além do tema manguezais temos muita abordagem mineralógica do dia-a-dia e também exótica. Vale a pena conferir.

Boa leitura.

Marcondes Lima da Costa e José Francisco Berredo