Ano 04 (2017) - Número 03 Artigos
10.31419/ISSN.2594-942X.v42017i3a3LCGC
Luiz C. G. Costa, Vale; Carlos Delgado, Vale; Dionísio U. Carlos, Vale; Luciano Fonseca, Vale; Adriana Zapparoli, Vale; Luciano M. Assis, Vale; Henry F. Galbiatti, Vale; Mírcie Silveira, Vale; Roberto Carvalho, Vale, Gustavo Mafra, Vale.
O depósito de ferro “Tarzan” (conhecido como platôs S18 a S28) está localizado na Serra Sul, em Carajás (PA), a aproximadamente 15 km a leste da Mina S11D (Figura 1). Devido sua grande importância geológica, biológica (fauna e flora), geomorfológica e espeleológica a região do Alvo Tarzan, bem como o Alvo Bocaina foram transformados, em 2017, em Parque Nacional, chamado Parque Nacional Campos Ferruginosos, dedicado à preservação ambiental dessa região do sudeste do Pará.
SONDAGEM
Este depósito mineral tem potencial geológico tanto para minério de ferro, objeto deste trabalho, bem como para minério de cobre. Com o intuito de viabilizar este depósito para minério de ferro foram realizadas duas campanhas de sondagem neste alvo conduzidas pela Gerência de Exploração Mineral de Ferrosos (Vale S.A.). A primeira em 2009 (24 furos) e a segunda em 2013 (19 furos), totalizando cerca de 10.000 metros de testemunhos de sondagem rotativa diamantada em malha irregular, mas buscando uma malha próxima de 200 x 200 metros. Levantamentos aerogeofísicos megnetométricos e 3D – Full Tensor Gravity Gradiometry (FTG) foram utilizados para suporte à campanha de sondagem deste alvo (Figura 2).
GEOLOGIA
Na região ocorrem rochas vulcânicas máficas (predominantemente) e félsicas das Formações Parauapebas e Cigarra, além de formações ferríferas bandadas da Formação Carajás, pertencentes ao Grupo Grão-Pará. Ocorrem ainda arenitos e pelitos no extremo NW da área, correlacionados à Formação Águas Claras (Figura 3). Essas rochas ocorrem com forma alongada na direção E-W, concordante com o bandamento composicional das formações ferríferas (jaspilitos), que apresentam mergulhos de alto ângulo. Os jaspilitos constituem a principal ocorrência de rochas ferríferas e representam o protólito do minério de ferro laterítico dessa região. O minério é predominantemente friável, constituído mineralogicamente de hematita, goethita e magnetita, com sílica e argilominerais subordinadamente. Possui teor variando entre 62 a 68% de ferro, com média de 65%. Restritamente ocorrem corpos compactos, na forma de veios métricos. O corpo mineralizado apresenta no topo crostas ferruginosas porosas, conhecidas mais comumente como canga de minério (no mapa denominada hematita laminada lateritizada) representada por elúvio e colúvio com fragmentos de hematititos e canga química (crosta aluminoferruginosa) sem fragmentos de hematititos e normalmente associadas às rochas vulcânicas.
Mapeamento geológico e levantamentos aerogeofísicos permitiram identificar dois importantes sistemas de lineamentos e falhas, o primeiro com direção NNW-SSE e o segundo NNE-SSW, além de lineamentos W-E. As camadas de formação ferrífera encontram-se segmentadas por estes conjuntos de lineamentos e falhas.
CONCLUSÃO
A região do projeto de pesquisa Tarzan é formada por uma intercalação de corpos de formações ferríferas e rochas vulcânicas máficas e félsicas, em um conjunto verticalizado com orientação E-W, coincidente com a fisiografia dos platôs. O minério de ferro, predominantemente, friável faz parte do perfil laterítico desenvolvido sobre formações ferríferas bandadas (jaspilitos), estas intercaladas às rochas vulcânicas e segmentadas por dois sistemas de falhas com direções NNW-SSE e NNE-SSW.
O modelo geológico preliminar permitiu estimar uma massa de 226 Mt de minério de ferro, sendo a maior parte da massa (85%) considerada como recurso potencial.