01 – Visita ao Forte do Castelo e Museu de Arte Sacra (muiraquitãs): um olhar geológico e arqueológico histórico introdutório

Ano 03 (2016) - Número 03 Notícias

Aos alunos da disciplina Geologias Introdutórias do Curso de Geologia da UFPA foi oportunizado no dia 03.10.2016 aula nos espaços nobres dos Museus Forte do Castelo e Arte Sacra da cidade de Belém, Pará. Além de permitir uma abordagem geológica, esses museus se constituem em laboratório para iniciação ao entendimento da ocupação da região pelo colonizador europeu e o uso dos materiais geológicos do local e importados da Europa para a construção das edificações mais duradouras. Foi um grande momento para apresentar aos alunos a importância desses materiais, iniciar-se a sua identificação e entender a durabilidade relativa dos mesmos e a sua relação com a dinâmica climática e das águas da baía e dos rios, e seus processos erosionais e sedimentares. Dentro da igreja de Santo Alexandre além do valor arquitetônico, histórico, foi ressaltado os processos de alteração intempérica recente e as ações de restauro, e o porque. As alterações recentes após o último restauro ocorreu após a remoção parcial do reboco e a instalação de ar condicionado, que levou a diminuição da temperatura e umidade no interior da Igreja, em especial na parede lateral voltada para a rua, promovendo a perda de umidade, saturação de sais e sua consequente precipitação na parede interior, na porção inferior da mesma. Os sais, como halita, gipso e outros, provocam a desagregação das rochas e tijoleiras, e gradualmente fazem com que a parede perca a sua condição estrutural. Outro aspecto muito interessante foi o encontro com o acerco de muiraquitãs, que no acervo deste Museu não atendem a condição geral, qual seja, serem entalhados em geram em nefrita e alguns em jadeita. Visualmente parecem entalhados em talco-clorita. Esses muiraquitãs são segundo as lendas obras das Amazonas, mulheres guerreiras, que Francisco Orellana que 1535 teria encontradas ao descer o grande rio Amazonas, e com elas guerreado, quando demonstraram grande bravura e destreza.

Participaram 34 alunos, tres professores (Marcondes Lima da Costa, Rosemery Nascimento e José Fernando Pina), a doutoranda Roseane Norat, especialista em arquitetura histórica e ainda Ubirajara Kimmengs.