05 – TROFÉUS EM LIGAS METÁLICAS DA TUNA LUSO BRASILEIRA

Ano 03 (2016) - Número 04 Artigos

Bernardino da Costa e Silva Junior – Mestrando do LACORE/PPGAU/ITEC/UFPA

Flavia Olegário Palácios – LACORE/PPGAU/ITEC/UFPA

 

Segundo Costa (2012) com o crescimento da comunidade lusitana em Belém, surgiram agremiações esportivas para serem centros de recreação, reunião, celebração e prática de desportos dos integrantes da comunidade lusitana na capital. A Tuna Luso Brasileira é um desses clubes de origem portuguesa, que ainda está em atividade. Durante toda sua história, o clube acumulou um grande e diversificado acervo com medalhas, placas, fotos, vestuário e, principalmente, troféus, que são a representação material das conquistas adquiridas em competições esportivas (Figura 01).

 

 

Porém, com o passar dos anos, com o acúmulo de troféus, o clube passou a ter problemas relacionados à guarda desse acervo. Muitas peças não foram devidamente armazenadas e protegidas de ações intempérica, e consequentemente sofreram processos de degradação da sua estrutura física por ação de agentes físicos, químicos e biológicos (Figura 02).

 

 

A primeira catalogação de parte do acervo de troféus da Tuna Luso Brasileira foi realizada apenas em 2014 (SILVA JUNIOR, 2015). Como resultado, foram identificados os tipos de materiais presentes na estrutura desses troféus, em sua maioria confeccionados em metais. Tais troféus são de procedência variada, importados de Portugal, Holanda, França e outros estados do Brasil.

Os metais apresentam danos mais intensos em relação aos demais materiais, tais como lacunas, produtos de corrosão, manchas e infestação biológica. Em função da degradação, há a necessidade de realizar estudos mais detalhados para subsidiar futuros procedimentos de conservação.

O objetivo dessa pesquisa é caracterizar as ligas metálicas e produtos de corrosão, para subsidiar ações de conservação e restauro, tais como confecção de próteses, limpeza, e aplicação de produtos de proteção frente à ação intempérica.

Os troféus estudados foram escolhidos de acordo com a sua procedência, tipo de metal, técnicas de produção e tipos de encaixes. As amostras para análises serão retiradas de regiões alteradas por corrosão, partes soltas e áreas sem alteração. Os ensaios laboratoriais a serem realizados nas amostras serão técnicas de caracterização física, química e mineralógica, tais como câmera de infravermelho, medidor de espessura de camadas, Microscopia ótica, Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Fluorescência de Raio X (FRX) e Difratometria de Raio X (DRX).

Essa pesquisa visa dar continuidade à pesquisas relacionada aos metais e seus produtos de intemperismo na Amazônia, e subsidiar ações de conservação e restauro com bases científicas, visto que até o momento, são incipientes pesquisas sobre o assunto e as ações de intervenção são feitas de forma empírica.

 

REFERÊNCIAS:

COSTA, J. B. F. Memorial Cruzmaltino. Belém: Valmik Câmara, 2012.

SILVA JUNIOR, B. C. A história e o acervo da Tuna Luso Brasileira: Troféus que contam a trajetória de um clube centenário. 2015. 272 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Museologia) – Bacharelado em Museologia, Universidade Federal do Pará – UFPA, Belém – PA.

TEIXEIRA, L. C. Conservação preventiva de acervos. Florianópolis: FCC, 2012.

VOLFOVSKY, C. La conservation des métaux. Paris: CNRS Éditions, 2001