07 – Os Depósitos de opala nobre de Pedro II (PI)

Ano 03 (2016) - Número 01 Artigos

Alessandro Sabá Leite, Geólogo Bolsista CNPq/ITV, Leonardo Boiadeiro Negrão, mestrando do PPGG/IG/UFPA.

 

Pedro II está localizado na região nordeste do Estado do Piauí, aproximadamente 195 km de distância em um trajeto de rodovias federais a partir da capital Teresina . A cidade, carinhosamente conhecida como a “Veneza Piauiense”, tem clima mais ameno em relação ao restante da região nordeste devido a sua altitude media de 650m em relação ao nível do mar. Durante o período de fortes chuvas, a economia da cidade é dedicada à agricultura de subsistência, produzindo milho, feijão e legumisosas, mas é no período mais seco que a cidade assume seu título de a “Terra da Opala” onde centenas de agricultores assumem seu papel de garimpeiro, individual ou cooperado, e passam a maior parte do ano tocando garimpos a céu aberto. A opala (SiO2.nH2O) está presente tipicamente em dois tipos de depósito, o primeiro e mais importante por conter as opalas mais nobres, está localizado na mina de Boi Morto e é conhecido localmente por “veeiro”, que representa a opala primária que se formou a partir da solidificação de fluido rico em sílica nos espaços formados em fraturas, falhas, ou zonas de contato litológico. O segundo tipo, menos importante porém mais comum na região, é chamado de “rolado ou bamburro” e outros sinônimos, é um depósito coluvionar que tiveram como área fonte os depósitos opalíferos primários como os de Boi Morto. As opalas retiradas nos garimpos são quase totalmente trabalhadas no próprio município, através das mais de 30 lojas que operam legalmente e produzem diversos subprodutos deste mineral. Ainda que com caráter fortemente artesal, as jóias produzidas com as opalas de Pedro II são admiradas internacionalmente, principalmente nos Estados Unidos e Alemanha, com peças que podem alcançar até R$ 100.000,00. Quanto maior a intensidade de refração de cores (jogo de cor) e sua organização em mosaicos, maior será sua raridade e consequentemente, seu valor comercial.

 

Figura 1. Opalas nobres lapidadas (A, B, C e E), em cabochão (A e
E) e em forma livre (B e C), e opala nobre bruta apenas com a superfície polida (D).