10 – O alabastro no altar lateral da Basílica de Nazaré, em Belém do Pará

Ano 03 (2016) - Número 02 Artigos

Professor MArcondes Lima da Costa, Curador do Museu de Geociências da UFPA; Thais Sanjad, Chefe do Lacore-UFPA e Roeseane Norat, doutoranda do PPGG e professora do Lacore-UFPA.

 

O alabastro já era reconhecido como material natural de rara beleza pelos povos antigos, com citações em livros do Velho e Novo Testamento da Bíblia. Era empregado para produção de objetos como vasos para guardar perfumes e óleos unguentos e também para decoração de templos e outros espaços de reis. Em Mt 26.7; Mc 14.3; Lc 737 – tem citações que descrevem o fato de ter uma mulher derramado o precioso bálsamo, contido num vaso de alabastro… Mais recentemente tem sido usado também na decoração de igrejas e templos.

Alabastro é um material de granulação muito fina, semi-translúcido, em tonalidades branco-amareladas, por vezes em camadas onduladas, paralelas entre si, com jeito fibroso, mas suave, acetinado. Ele geralmente corresponde a dois minerais distintos, gipso e calcita. O nome deriva da cidade de Alabastro, no Egito Antigo, onde teria sido explorado pela primeira vez. Hoje é explorado em vários países e quando se fala de alabastro entende-se mais por gipso.

Na Basílica de Nazaré em Belém do Pará, em nossa segunda visita mineralógica prospectiva como parte do Programa de Semana Nacional dos Museus do Museu de Geociências da UFPA, fomos apresentados ao alabastro. Ele constitui as pequenas e graciosas colunas dos Altares Laterais dessa Basílica (Figura 1). O alabastro se apresenta translúcido, acetinado, em tom branco amarelado, harmonizado com mármores, imitando as grandes colunas que sustentam a nave central da Basílica. Na primeira visita em 2015 aceitamos que fosse elaborado em gipso, mas na segunda concluímos calcita, segundo as análises obtidas por fluorescência de raios portátil (Equipamento Bruker).

 

Figura 1. Alabastro calcítico nas graciosas e pequenas colunas dos altares laterais da Basílica de Nazaré em Belém do Pará. Admite-se que tenham vindo da Itália, que tem em Florença seu principal centro comercial, como a maioria dos mármores dessa Igreja.