08 – Genthelvita na mina de cassiterita do Pitinga, Amazonas, um raro mineral

Ano 03 (2016) - Número 02 Artigos

Marcondes Lima da Costa, Museu de Geociências, IG-UFPA.

 

Durante a visita que realizei com o amigo Prof. Dr. Herbert Pöllmann à mina de cassiterita do Pitinga, Amazonas, em junho próximo passado, fui apresentado a um mineral raro, a genthelvita, (Zn,Fe,Mn)4Be3Si3O12S (Space Group: P 43n; dureza 6,5; densidade 3,62; brilho vítreo a graxoso). Foi uma grata surpresa. A genthelvita nos foi apresentada pelo Dr. Maurício Garcia e pelo meu ex-aluno Guilherme, ambos geólogos da Mineração Taboca S/A. O Guilherme deu uma forte risada de satisfação, pois eu não conhecia o mineral e ele falou em alto e bom tom, com satisfação: “finalmente eu conheço um mineral, que o senhor desconhecia!” Pura verdade. O nome desse mineral homenageia o mineralogista Alemão-Americano Frederick August Ludwig Karl Genth (1820-1893). Por ser um mineral de berílio, já dar para imaginar que deve ser raro. O interessante é sua cor rosa e o ambiente em que ocorre, em veios pegmatóides nos granitos alcalinos do Pitinga. A primeira vista lembra apressadamente os K-feldspatos róseos. Porém sua cor é muito variável, e além disso é desprovido de clivagem; também pode apresentar características gemológicas, que são fortalecidas pela sua raridade.

 

Figura 1. Imagens de genthelvita (rosa ou pink) do Pitinga. À esquerda imagem enviada pelo Dr. Maurício D. M. Garcia da Mineração Taboca S/A e à direita uma imagem de um exemplar que nos foi apresentado durante a nossa visita ao Pitinga.

 

Um fato muito interessante e também de grande importância para filosofar na geoquímica e mineralogia é o fato do berílio, um elemento leve e raro, dos primórdios do universo, formar tantos minerais distintos, preferencialmente em pegmatitos, no geral gemológicos, portanto belos.