06 – A importância dos óxidos de ferro e argilominerais para o desenvolvimento da vegetação dos manguezais de Bragança (PA)
Ano 04 (2017) - Número 02 Artigos
10.31419/ISSN.2594-942X.v42017i2a6CCC
Cleise Cordeiro da Cruz, Museu Paraense Emílio Goeldi.
A costa norte do Pará abriga extensos e exuberantes manguezais, cujos sedimentos tiveram como fonte os latosolosticos, ricos em caulinita, quartzo e goethita/hematita, além de anatásio (Costa 2004). Ocorre também outros minerais ausentes da área fonte, e tidos como autigênicos por (Costa 2004; Bêrredo 2006) que são os feldspatos-K, de ocorrência esporádica, e a esmectita (abundante), que ocorre normalmente associada a diatomáceas, além da vivianita.
Nos sedimentos dos manguezais de Bragança, presume-se que os elevados teores de esmectita (47%) neoformada (Cruz 2009) atuem na “proteção” da matéria orgânica, contribuindo para a sua estabilização. Os minerais de argila como a esmectita certamente favorecem o aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) e a reserva de nutrientes para as plantas.
A Figura 1 mostra como a presença da ferridrita, que tem baixa cristalinidade contribui para diminuição do grau de mineralização da matéria orgânica (MO) e da CTC (Figura 1). A forte adsorção da MO pelas formas reativas de ferro, na zona mais anaeróbica do perfil sugere estabilidade desta nas superfícies da fração de argila. O que está de acordo com Lalonde et al. (2012); Kleber et al. (2015) e Nanthi et al. (2016), que consideram essas estruturas organo-metálicas estáveis em condições anaeróbicas.
REFERÊNCIAS
COSTA, M.L.; BEHLING, H.; BERRÊDO, J. F; SIQUEIRA, N.V.M. 2004. Mineralogical, Geochemical and Palynological Studies of Late Holocene Mangrove sediments from Northeastern Para State, Brazil. Revista Brasileira de Geociências. 34(4), 479-488.
BERRÊDO, J.F. 2006. Geoquímica dos sedimentos de manguezais do Nordeste do Estado do Pará: O exemplo do estuário do Rio Marapanim. Belém: Universidade Federal do Pará. Centro de Geociências. 185p. (Tese de Doutorado).